terça-feira, 4 de agosto de 2009

No caminho com Maiakovski

http://br.geocities.com/edterranova/maia40.htm#NO%20CAMINHO

No caminho com Maiakovski não é de Maiakovski, mas sim de Eduardo Alves da Costa
Um lindo poema que não estaria reverenciando o nome do grande poeta russo Maiakovski, muitas vezes confundido pela Internet como sendo do próprio é na verdade de outro poeta, Eduardo Alves da Costa.
O fragmento de Eduardo Alves da Costa:
No caminho com Maiakovski
"[...]
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

O poeta Eduardo Alves da Costa garante que Maiakóvski nada tem a ver com o tema, assim noticia a Folha de São Paulo, edição de 20.9.2003, na íntegra:

"Um Maiakóvski no caminho

Foi resolvida graças à novela das oito uma confusão de 30 anos. Escrito nos anos 60 pelo poeta fluminense Eduardo Alves da Costa, 67, o poema "No Caminho, com Maiakóvski" era (quase) sempre creditado ao russo Vladimir Maiakóvski (1893-1930).
Em "Mulheres Apaixonadas", Helena (Christiane Torloni) leu um trecho do poema, dando o crédito correto. Foi o suficiente para reavivar a polêmica -resolvida dois capítulos depois, em que a autoria de Costa foi reafirmada- e, de quebra, fazer surgir uma proposta de reeditar o poema, para aproveitar a exposição no horário nobre.
Livro combinado, a noite de autógrafos será na novela. "Pedi que apresse e me mande até o dia 10. Quero lançar aqui", diz Manoel Carlos, autor de "Mulheres". Eduardo Alves da Costa falou à coluna:

Folha - Você se arrepende de ter posto Maiakóvski no título?
Eduardo Alves da Costa - De maneira nenhuma! Tanto que vou usar o mesmo título para o livro que sai agora.

Folha - Durante mais de 30 anos acreditaram que o poema era dele. Isso não o incomoda?
Costa - Era uma enxurrada muito grande. Saiu em jornais com crédito para Maiakóvski. Fizeram até camisetas na época das Diretas-Já. Virou símbolo da luta contra o regime militar.

Folha - Como surgiu o engano?
Costa -O poema saiu em jornais universitários, nos anos 70. O psicanalista Roberto Freire incluiu em um livro dele e deu crédito ao russo e me colocou como tradutor. Mas já encomendei da França a obra completa do Maiakóvski. Quando alguém me questionar, entrego os cinco volumes e mando achar o poema lá.

"Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada" Trecho do poema de Eduardo Alves da Costa atribuído ao russo Vladimir Maiakóvski.

Leia agora o poema inteiro

NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão

é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!

Nota do editor: em negrito, o "fragmento" que corre o mundo, belíssimo, desse poema de Eduardo Alves da Costa. Acima, o poema inteiro.

A COPA DO MUNDO E AS FLORES DO NOSSO JARDIM


Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.


O poeta Eduardo Alves da Costa garante que Maiakóvski nada tem a ver com o tema, assim noticia a Folha de São Paulo, edição de 20.9.2003. Veja detalhes em “poesia”

A COPA DO MUNDO E OS DOCUMENTOS “NATAL VISTA DO CÉU” E O “ANUÁRIO NATAL 2009”.

Obs: clique nas imagens para sua ampliação e retorne ao blog, na seta de retorno


PRIMEIRA PARTE

No evento comemorativo dos 100 dias da atual administração a Prefeitura Municipal do Natal, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo – SEMURB, reuniu os diversos segmentos da sociedade natalense, no auditório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA – RN, para divulgar em CD os documentos “Natal Vista do Céu” e o “Anuário Natal 2009”. Na ocasião ficou a promessa da divulgação dos documentos impressos o que ainda não ocorreu.

Observemos o pronunciamento da Prefeita de Natal – Micarla de Souza, do Secretário Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo – Kalazans Louzá Bezerra de da Silva e da Equipe de Elaboração do “Anuário Natal 2009”, contidos, respectivamente, nos documentos citados:


SEGUNDA PARTE

Naquele momento festivo a Prefeitura Municipal do Natal apresentou aos munícipes no “Anuário Natal 2009”, item 58, 2.4 Monumentos, Museus e Lugares de Sociabilidade, o





TERCEIRA PARTE

No dia 31 de junho de 2009 a Prefeitura do Natal comemorou a indicação da Cidade do Natal como uma das sedes da Copa do Mundo.

Então, Os dois documentos acima citados e seus respectivos compromissos com o cidadão foram completamente esquecidos.

Assim, o monumento do Machadão, o Machadinho, o Cartródomo, o Papódromo, todos os prédios do Centro Administrativo do Estado, a Estação Ciência e o sistema de captação d’água foram transformados num só ato em boi de piranha para um empreendimento sem projeto.

Vale reproduzir o site da SEMURB aonde o órgão ambiental fala de sua missão:

"Nossa missão é servir com excelência, ética e eficiência, contando com servidores competentes e valorizados, primando todos pelo respeito ao cidadão e ao meio ambiente, contribuindo para fazer de Natal uma cidade cada vez mais humana, socialmente mais justa solidária e sustentável, com a melhor qualidade de vida para toda a população"

QUARTA PARTE

Dicionário

excelência.
1.Qualidade de excelente; primazia.
2.Tratamento das pessoas de alta hierarquia social, dado também a senhoras.

Cantiga de velório em uníssono, sem acompanhamento instrumental:

ética.

Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.

eficiência.
.Ação, força, virtude de produzir um efeito; eficácia.

Art. 6º - Para fins desta Lei, considera-se:

I - meio ambiente, o conjunto dinamicamente ordenado dos agentes físicos,

químicos, biológicos e dos fatores sócio-econômicos e culturais suscetíveis de ter um efeito direto ou indireto, imediato ou mediato, sobre os integrantes da biota e a qualidade das atividades humanas; ( Grifos nossos).

Código do Meio Ambiente do Município do Natal. - Lei nº 4.100, de 19 de junho de 1992.

QUINTA PARTE

1. Os eventos acima apresentados representam o velório do meio ambiente?

2. O Machadão seria o morto principal?

3.Qual a ética que recomenda substituir um empreendimento com projeto por um empreendimento sem projeto e sem consulta ao cidadão?

edson, 2809
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| 2008 |