terça-feira, 21 de julho de 2009

Arena das maracutaias

Artigo Armando Negreiros
Médico (negreiros@digi.com.br)


Volto ao assunto da derrubada do complexo Machadão (estádio João Machado e Ginásio Humberto Nesi) e do Centro Administrativo. O debate é bom e deve ser estimulado, principalmente por se tratar de patrimônio publico. Os atuais governantes são efêmeros, enquanto os interesses do povo, que esta pagando estes desmandos, são permanentes. A proposta que os representantes governamentais estão defendendo com unhas e dentes é simplesmente imoral, Dizem que “ é bola fora “. Como?,Se a maquete já foi imposta de goela abaixo? Digo maquete, porque não existem projetos. O que existe, pela bagatela de três milhões e seiscentos mil reais, surrupiados do bolso do contribuinte, é, simplesment4e uma maquete. Não existe projeto hidro-eletro-sanitário, detalhamento arquitetônico, projeto estrutural, projetos de viabilidade econômico-financeira, nada,nada.
Essa inversão de prioridades, esse delírio, essa alucinação, não deveria se tornar realidade, sob pena de acontecer comigo, e com outros que pensam da mesma forma, o que ocorreu com Simão Bacamarte. O psiquiatra de “O Alienista”, conto de Machado de Assis, que inverte o conceito de sanidade4 e acaba, ele mesmo, se internando no próprio manicômio. A prevalecer essa verdade governista, podem me internar. Mas, insisto em quatro perguntas que gostaria que fossem adequadamente respondidas:
1, Por que destruir o que está pronto, se existe área sobrando para se construir a tal Arena das Dunas dos dois lados da saída/entrada de Natal? Seria uma ótima oportunidade para se criar uma via alternativa para desafogar a BR-101 (a continuação da Avenida Salgado Filho) e construir, com o dinheiro da destruição, uma nova saída paralela à avenida Salgado Filho.
2. Por que não aproveitar o Complexo Machadão e o Centro Administrativo como local para eventos regionais, escolas publicas e construção de um hospital de trauma, pelo mesmo preço da demolição? Ainda teria as vantagens de mante3r as coisas como estão, sem o transtorno de ter que arranjar um centro administrativo provisório e melhorar o atendimento precaríssimo do Hospital Walfredo Gurgel.
3. Embora ninguém saiba de onde vem tanto dinheiro, por que não permanecer com o que se tem e construir algo novo, já que não falta espaço? Aquém interessa derrubar o que está funcionando? Por que gastaram tanto dinheiro (dezoito milhões) para reformar o Machadão e mais não sei quantos milhões no Centro Administrativo? Existe a ameaça de Natal ser excluída, mesmo sem a mudança do projeto, só com a mudança do local? Por que ? Quem disse? Onde? Como?
4. E se, depois de tudo destruído, faltar dinheiro para construir? Mais uma vez: de onde danado vem tanto dinheiro para apenas dois jogos (ou três) de futebol? Obviamente, se todo o projeto for realizado o dinheiro saiu do meu bolso, do seu bolso, do bolso do contribuinte babaca, que poderia ter seu patrimônio duplicado, em vez de roubado pelos espertos governantes.
Fiz minha parte. Beijos em todos e desculpem o mau-humor eventual.

Este artigo foi publicado no O Jornal de Hoje, de 13 e 14 de junho de 2009, em Natal/RN

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